ATA DA PRIMEIRA SESSÃO SOLENE DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA PRIMEIRA LEGISLATURA, EM 22.03.96.
Aos vinte e dois dias do mês
de março do ano de mil novecentos e noventa e seis reuniu-se, no Plenário
Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às
quinze horas e trinta minutos, constatada a existência de "quorum", o
Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos da presente Sessão destinada à
entrega do Título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor André
Forster, nos termos do Requerimento nº 26/96 (Processo nº 497/96), de autoria
do Vereador Fernando Záchia. Compuseram a MESA: o Vereador Isaac Ainhorn,
Presidente desta Casa, o Governador do Estado do Rio Grande do Sul, Senhor
Antônio Britto e sua esposa, a Primeira Dama do Estado, Senhora Wolia Costa
Manso, o Senhor César Alvarez, representando o Senhor Prefeito Municipal, o
Senhor André Forster, homenageado, o Vice-Governador do Estado, Senhor Vicente
Bogo, o Deputado José Ivo Sartori, representando a Assembléia Legislativa do
Estado, os Senadores Pedro Simon e José Fogaça e o Deputado Federal Mendes
Ribeiro Filho. Em continuidade, o Senhor Presidente convidou ao Coral do Banco
do Estado do Rio Grande do Sul, sob a regência do Maestro Gil de Roca Sales,
para que, com todos em pé, cantasse o Hino Nacional, entoando, logo após, a
Música Céu, Sol, Sul, em homenagem ao Senhor André Forster. A seguir, o Senhor
Presidente concedeu a palavra aos Senhores Vereadores para que se manifestassem
sobre a presente homenagem em nome das Bancadas. O Vereador Fernando Záchia,
como proponente, saudou o homenageado por sua trajetória histórica na luta pela
reconquista do Estado de Direito e como dirigente de grande importância do
PMDB. O Vereador Artur Zanella, pela Bancada do PDT, saudou o homenageado por
suas qualidades como político do PMDB e como homem público, rememorando o
período em que Sua Senhoria cumpriu mandato nesta Casa. O Vereador Jocelin
Azambuja, em nome da Bancada do PTB, saudou o homenageado, lembrando o difícil
papel desempenhado à frente do PMDB no momento da luta contra as forças do
Estado de Exceção. O Vereador Airto Ferronato, em nome do PMDB, falou da honra
que é poder prestar esta homenagem a um homem da importância de André Forster
para o PMDB e para todo o setor democrático de nossa sociedade. O Vereador
Pedro Américo Leal, pela Bancada do PPB, saudou o Senhor André Forster pelo seu
importante e reconhecido trabalho desempenhado à frente do PMDB gaúcho. O
Vereador Raul Carrion, em nome do PC do B, saudou a liderança histórica de
André Forster, rememorando as lutas pelas liberdades públicas durante o período
da repressão militar. O Vereador Reginaldo Pujol, em nome da Bancada do PFL,
saudou o Senhor André Forster por sua capacidade e seu exemplo de homem público
como parlamentar e como dirigente do PMDB. O Vereador Clovis Ilgenfritz, em
nome da Bancada do PT, lembrando a trajetória do homenageado desde a época do
movimento estudantil durante os anos da ditadura, destacou as suas qualidades
como dirigente e estrategista político. O Vereador Antonio Hohlfeldt, em nome
da Bancada do PSDB, destacou a importância do Senhor André Forster na luta pela
democracia em nosso Estado e País como dirigente unanimemente reconhecido do
PMDB. A seguir, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Senhor César Alvarez
que, representando o Senhor Prefeito Municipal, destacou qualidades e atributos
do homenageado como homem público e dirigente do PMDB. Em prosseguimento, o
Senhor Presidente registrou a presença do Secretário de Minas, Energia e
Comunicação do Estado, Senhor Assis Roberto de Souza e concedeu a palavra ao
Governador do Estado, Jornalista Antônio Britto, que saudou o Senhor André
Forster pelo Título ora outorgado, destacando o cabimento desta homenagem e a
importância de Sua Senhoria à frente do PMDB gaúcho. A seguir, o Senhor
Presidente convidou o Vereador Fernando Záchia a entregar o Diploma de Cidadão
de Porto Alegre e o Governador Antônio Britto a entregar a Medalha alusiva ao
Título ora outorgado ao Senhor André Forster. Em prosseguimento, o Senhor
Presidente convidou as funcionárias Iara Lima Silva, Maria Helena Belmonte
Braga e Carmem Regina de Moura a entregarem uma lembrança em reconhecimento à
dedicação do ex-Vereador André Forster aos funcionários desta Casa quando de
sua gestão como Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre. Logo após, o
Senhor Presidente concedeu a palavra ao Senhor André Forster, que agradeceu a
todos os presentes e em especial aos oradores a homenagem prestada, rememorando
passagens de sua carreira política como homem público na luta pela democracia e
à frente do PMDB. Às dezessete horas e cinqüenta e um minutos, nada mais
havendo a tratar, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos,
convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima
segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelo Vereador
Isaac Ainhorn e secretariados pelo Vereador Fernando Záchia. Do que eu,
Fernando Záchia, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que,
após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor
Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Isaac Ainhorn): Damos por instalada a 1ª
Sessão Solene da 4ª Sessão Legislativa Ordinária da XI Legislatura, destinada à
entrega do Título de Cidadão de Porto Alegre ao Sr. André Forster.
Compõem a Mesa
o Exmo. Sr. Governador do Estado do Rio Grande do Sul, Dr. Antônio Britto;
Exmo. Sr. César Alvarez, representando o Sr. Prefeito Municipal de Porto
Alegre; Exma. Sra. Primeira Dama do Estado, Sra. Wolia Costa Manso; Sr. André
Forster, homenageado; Exmo. Sr. Vice-Governador do Estado, Dr. Vicente Bogo;
Exmo. Sr. representante do Presidente da Assembléia Legislativa do Estado,
Deputado José Ivo Sartori. Também integrando a Mesa estão o Senador Pedro Simon
e o Senador José Fogaça.
Antes de darmos
início à primeira etapa desta Sessão Solene, gostaríamos, na condição de
Presidente desta Casa, de dizer da honra de presidir esta Sessão por termos,
junto do André, acompanhado toda a sua trajetória, toda a sua vida pública,
desde a época da Universidade, quando André Forster foi Presidente do Centro
Acadêmico da Faculdade de Filosofia da Universidade Federal do Rio Grande do
Sul. Na década de 70, com ele, sob a liderança deste que hoje a Câmara
Municipal outorga o Título de Cidadão de Porto Alegre, nos anos 1974 e 1975,
participamos, dentro do MDB, da organização do Instituto de Estudos e Pesquisas
Sociais do Movimento Democrático Brasileiro e, com ele, tivemos a honra, quando
chegamos a esta Casa, em 1º de janeiro de 1986, sob a Presidência de André
Forster, de integrar a Mesa Diretora.
Um dado
extremamente importante e que cumpre seja registrado: foi sob a Presidência de
André Forster que a Câmara de Vereadores se transferiu do prédio obsoleto e
ultrapassado onde eram exercidas as atividades legislativas do Município de
Porto Alegre, no prédio da Prefeitura, para esta Casa. Foi durante a sua
Presidência que se deu a transferência desta Casa e onde estaremos comemorando
o evento no dia 02 de maio - lembro-me bem, André, quando, sob a tua
Presidência, numa das entradas de acesso desta Casa, tivemos a oportunidade de
inaugurar o novo prédio da Câmara Municipal de Porto Alegre.
Hoje,
orgulhamo-nos de estar junto contigo neste Sessão Solene de outorga do Título
de Cidadão de Porto Alegre. Esta Casa sente-se extremamente honrada, além da
outorga desse Título, com a presença, a presença, além das autoridades já
nominadas, pela primeira vez na condição de Governador do Estado do Rio Grande
do Sul, do Dr. Antônio Britto.
Convidamos o
Coral do BANRISUL para executar o Hino Nacional.
Registramos,
com satisfação, a presença nesta Mesa do Deputado Estadual Mendes Ribeiro
Filho.
(É executado o Hino
Nacional.)
O SR. PRESIDENTE: Convidamos ainda, o Coral do BANRISUL, sob a
regência do Maestro Gil de Roca Sales, para homenagear André Forster, com a
música “Céu, Sol, Sul”.
(É feita a apresentação do
Coral.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Fernando Záchia está com a palavra,
como proponente da homenagem.
O SR. FERNANDO ZÁCHIA: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores. (Cumprimenta os demais componentes da Mesa.)
(Lê.)
“A unanimidade
é uma situação rara e muito difícil de ser conquistada por qualquer cidadão
durante a sua vida. Entretanto, na manutenção da máxima de que “em toda a regra
há uma exceção”, ela se confirma, em alguns aspectos, na carreira política do
Sociólogo André Forster. Ao longo da história de quase duzentos e vinte e três
anos de existência da Câmara Municipal de Porto Alegre, é possível que
Presidentes deste Legislativo tenham sido eleitos com o apoio de todos os
Vereadores.
No entanto, nos
últimos anos, existe apenas um registro de eleição unânime de Presidente desta
Câmara Municipal. Justamente o do nobre e digno companheiro de partido André
Forster, eleito Vereador de Porto Alegre para a Legislatura de 1983 a 1988.
Depois de liderar a Bancada do PMDB nos dois primeiros anos de seu mandato
popular, André presidiu o Legislativo no biênio 85 e 86. Foi eleito com os
votos de todos os trinta e três parlamentares da época.
Mais recentemente,
em outubro do ano passado, o Plenário desta Câmara Municipal, ao apreciar o meu
Projeto de Resolução concedendo o Título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre
a André Forster, Presidente do PMDB do Rio Grande do Sul, aprovou a proposta
sem nenhuma contestação.
Nascido em
Estrela, no dia 17 de maio de 1945, mas criado em Santa Cruz do Sul, onde fez o
curso secundário, Forster, desde cedo, demonstrou a sua personalidade forte,
sempre em favor das causas sociais. E não ficou apenas na teoria. Ainda
adolescente, começou a lutar pela igualdade social e passou a fazê-lo dentro
das possibilidades da época: nos grêmios estudantis das escolas em que estudou.
Ali teve a
iniciação de sua postura política ética, retilínea e democrática. Em nenhum
momento se afastou destes princípios que moldam sua personalidade e caráter e
faz questão de mantê-los no exercício de sua liderança na Presidência do
Diretório Regional do PMDB, um dos mais respeitados do País por sua coerência e
opiniões.
Aproveito este
momento solene para destacar a opção política de André Forster. Talvez até em
prejuízo pessoal, mas numa atitude magnânima, ao término do seu mandato
parlamentar, deixou de ser legislador para dirigir o Partido. Para mim,
particularmente, esse seu gesto demonstra a grande dignidade de André, na
verdadeira acepção da palavra, e serve de exemplo a legisladores e dirigentes
partidários.
Nesses vários
anos em que preside o PMDB gaúcho, sem necessidade de ser manchete constante em
noticiários, até porque não é esse o seu estilo, consegue manter o Partido
unido, apesar da natural diversificação de correntes partidárias. É um líder
natural, sendo respeitado pelos políticos de outros partidos. E não só no Rio
Grande do Sul. Sem qualquer favor, André Forster também é uma figura nacional,
fazendo ressoar pelo País as posições firmes do PMDB gaúcho.
Este notável
político rio-grandense, que hoje recebe o Título Honorífico de Cidadão de Porto
Alegre, chegou para morar na capital gaúcha em 1964, meses antes da deposição
do cargo do então Presidente da República João Goulart.
Ingressou no
curso de Ciências Sociais, da velha e tradicional Faculdade de Filosofia da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Logo integrou a diretoria do Centro
Acadêmico Franklin Roosevelt e mais tarde o presidiu. Na época, esse Centro
Acadêmico era um dos núcleos da vanguarda do movimento estudantil no Estado e
de oposição ao Governo Militar.
Pouco depois de
se formar em Sociologia, em 1967, André Forster fez o curso de Especialização
em Desenvolvimento Econômico no Centro de Estudos Políticos para a América
Latina (CEPAL), que é um organismo da ONU.
No começo dos
anos setenta, Forster deixou a assessoria técnica do Instituto Nacional de
Colonização e Reforma Agrária e assumiu uma das assessorias do MDB. Sua
passagem como Vereador desta Câmara Municipal, por seis anos é lembrada com
saudade e carinho pelos funcionários mais antigos, especialmente o período em
que presidiu o Legislativo, com competência, dedicação e respeito aos
trabalhadores.
Ainda no MDB, ele
idealizou, criou e presidiu o Instituto de Estudos Políticos, Econômicos e
Sociais - IEPES, que se tornou um órgão de extrema importância para o Partido.
Também foi o Presidente da Associação Gaúcha de Sociólogos, Professor de
Sociologia na UNISINOS e Diretor da METROPLAN, além de Secretário Estadual de
Ciência e Tecnologia no Governo do Senador Pedro Simon.
Assim, por sua
atividade social e política, há o reconhecimento da comunidade porto-alegrense
a André Forster e por isso, agora, honradamente outorga-lhe o merecido Título
de Cidadão de Porto Alegre.
Parabéns, André
Forster, e também a sua mãe, Dona Bela, que está presente nesta Sessão Solene.”
Faríamos aqui, quebrando o protocolo, uma homenagem a Dona Bela, em nome da Câmara Municipal de Porto Alegre, entregando a ela um buquê de flores. Muito obrigado.
(Revisto pelo orador.)
(É feita a entrega de um
buquê de flores à mãe do homenageado.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Artur Zanella está com a palavra, pela
Bancada do PDT.
O SR. ARTUR ZANELLA: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores. (Saúda os demais componentes da Mesa e demais presentes.) Uma das
poucas vezes que houve eleição direta em nossa Bancada foi para a escolha do
orador do dia de hoje. Felizmente, eu tenho a oportunidade de saudar o nosso
homenageado que testemunha uma das coisas que aqui ocorreram. No primeiro
momento, se houvesse, por exemplo, a união do PMDB e do PDT contra o Prefeito
de então Ver. João Dib, provavelmente a administração de Porto Alegre ficaria
inviabilizada. Depois, o governo de Alceu Collares, se pudesse também ouvir o
contra do partido que, então, detinha o poder, também ficaria inviabilizado.
Mas isso nunca ocorreu, nunca passou pelas mentes daquelas pessoas, daqueles
servidores, fazer algo que, de alguma forma, prejudicasse. E o André, neste
tempo em que durante seis anos eu trabalhei com ele nesta Casa, foi
preponderante para que nós tivéssemos uma posição somente de apoio, de trabalho
em prol da comunidade. O Ver. Elói Guimarães, um dos mais antigos desta Casa,
dizia que esta é uma honra que ele gostaria de ter, e tenho certeza de que
todos os colegas gostariam.
Pela primeira
vez, quem sabe pela última vez, eu tenho a satisfação de saudar desta tribuna
um colega-modelo, um político-modelo, um sociólogo-modelo na mesma ocasião e na
mesma pessoa. Como colega, um dos Vereadores que comigo foi colega na
Legislatura do André, pode testemunhar a correção, a cultura, o trabalho do
nosso homenageado nesta Casa. No entanto, há um episódio ocorrido na
Legislatura na qual André foi figura principal que merece ser lembrado para
confronto direto com o que ocorre nos dias atuais. André Forster foi eleito por
voto secreto, por unanimidade, Presidente desta Casa. Lembro como se fosse
hoje, quando o Líder do PMDB, então MDB, Werner Becker, que veio de Brasília
para esta homenagem, foi até a Bancada do Partido e pediu uma foto. Lembro que
diversos Vereadores participavam da reunião. Tenho certeza de que o Hermes
Dutra estava, o Mendes Ribeiro Filho, o Raul Casa. Ele veio pedir o nosso apoio
e disse apenas isso: “ O André, por meu intermédio, promete que assegurará a
todos os Vereadores todos os direitos inerentes ao exercício de seu mandato”.
Nada mais disse e nem lhe foi perguntado. Toda a nossa Bancada - de dez
Vereadores, como todos os Vereadores desta Casa, depositaram o voto no nome de
André.
Ao fim de dois
anos de mandato como Presidente, a Casa foi unânime em afirmar que André
cumpriu a sua promessa. Foi eleito Presidente com voto de todos os Vereadores,
terminando a sua presidência admirado por todos. Não foi dando nem merecendo
que André mereceu a admiração de todos os colegas; foi cumprindo,
rigorosamente, o Regimento desta Casa, as leis, a Constituição. Assegurando,
igualmente, o direito de todos que recebeu e, também, a admiração de todos.
É por isso que
hoje posso falar em político-modelo, pois não foi dando que recebeu, e recebe,
hoje, o apreço e o respeito da opinião política e pública de todo o Estado. É
extremamente oportuna a lembrança do político André Forster neste momento,
nesta Casa, numa das melhores, das boas, das ótimas proposições que o Ver.
Fernando Záchia apresentou neste Plenário. André é ex-Vereador e é, hoje, o
Presidente do Partido que governa o Estado. André Forster é, para mim, para nós
do PDT, uma boa ponte, ou talvez a melhor ponte ao Governo do Estado, para
transmitir ao Governo do Estado o que, certamente, ele sabe: que Porto Alegre
precisa ser governada com ousadia e audácia, arrostando preconceitos e medos
para, depois, ter o reconhecimento dos seus pósteros, da comunidade, como
tiveram, ou tem, Otávio Rocha, Loureiro da Silva, Ildo Meneghetti, Leonel
Brizola, Guilherme Villela, Telmo Thompson Flores, Alceu Collares, e tantos
outros, porque nós temos que ter sempre em mente que Porto Alegre é o espelho,
é o reflexo do Rio Grande do Sul, que a Câmara Municipal de Vereadores, pela
Constituição, é, fundamentalmente, a representação daquilo que a Constituição
desejou, isto é, uma democracia representativa, e o André sempre soube que a
democracia direta às vezes é o caminho mais fácil e mais direto para o
autoritarismo. É por isso que a nossa Bancada, hoje por mim representada, traz
uma palavra final de homenagem a um Sociólogo-modelo, ao Professor de
Sociologia André Forster, que continua repetindo tudo aquilo que ensinou e
escreveu em universidades. E creio que jamais esquecerá, como Sociólogo, como
político e como cidadão, tudo aquilo que nós aprendemos juntos nesta Casa; ele
conosco e nós com ele, porque apesar de não ter a idade avançada, eu vejo o
André, e ele que me perdoe, eu o vejo como o patriarca de todos nós. Uma pessoa
ponderada, uma pessoa que traz milhares de anos em sua sabedoria e que, ao
menos aqui, não sei no Partido, sempre trouxe uma palavra de paz, de
tranqüilidade, de apoio e de afeto a todos nós, para que pudéssemos, como
representantes eleitos do povo de Porto Alegre, tornar esta Cidade cada vez
melhor e cada vez mais feliz. Muito obrigado, André.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Jocelin Azambuja está com a palavra,
pela Bancada do PTB.
O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores. (Saúda os demais componentes da Mesa.) O Partido Trabalhista
Brasileiro não poderia, de forma alguma, deixar de estar aqui, prestando a sua
homenagem a este político, que todos nós sabemos, é exemplo para todos nós.
Trago, também, o abraço dos companheiros de Bancada, do Ver. Luiz Braz, Ver.
Paulo Brum, Ver. Edi Morelli e, na condição de Presidente do Diretório
Metropolitano do PTB, trago o abraço dos meus companheiros e do companheiro Sérgio
Zambiazi, Presidente do nosso Diretório Regional, porque, para o Partido
Trabalhista Brasileiro, a convivência com o Partido do Movimento Democrático
Brasileiro, é extremamente importante e salutar. O André Forster veio a Porto
Alegre exatamente no momento em que se deflagrou um marco triste na vida do
povo brasileiro: 1964, um período difícil para todos nós, é a marca da sua
chegada em nossa Cidade. Depois, marca também a sua militância na política
estudantil, na política universitária, aqui dentro da nossa Cidade,
vivenciando, sem dúvida nenhuma, um momento que deve ter sido extremamente
difícil para ele, como para nós também, que militávamos no movimento
estudantil, naquela época, nos grêmios estudantis e ele já no movimento
universitário. Nós, do Grêmio Estudantil Inácio Montanha, na UNESPA, na UGES,
vivenciando aquele momento difícil. Nessas reflexões ele caminhou para a
Faculdade de Filosofia e Sociologia e deve ter refletido muito sobre tudo o que
aconteceu na vida do nosso País e na vida de todos os cidadãos, que querem ter
sua condição de brasilidade, esse sonho acalentado por todos nós, de termos um
País que tanto sonhamos e ainda não conseguimos. O André Forster, tenho
certeza, procurou trilhar um caminho aqui na Câmara no sentido de aprimoramento
político, resgatar os princípios do nosso País, de assumirmos verdadeiramente a
condição de homens públicos. E é tudo isso que queremos, com partido
fortalecido nas bases, que crie realmente caminhos, que tenha relação direta
com o povo, pois o povo brasileiro precisa e esta é uma obrigação de todos nós
- angariar a confiança do povo brasileiro. O companheiro André Forster, dentro
do seu partido, tem procurado, ao longo da sua trajetória, fazer com que a sua
instituição política, a sua grei partidária possa crescer e se desenvolver em
princípios básicos para o povo brasileiro, com responsabilidade, com ética e
profissionalismo. Isso que é fundamental. E nós, homens públicos, nós,
políticos, que assumimos cargos em todas as esferas - municipal, estadual, federal
- precisamos de todas as formas, refletir profundamente sobre isso. E o André,
como Sociólogo, deve ter muitas e muitas vezes refletido sobre as linhas e os
caminhos políticos do seu partido, dos seus próprios companheiros, daquilo que
nós estamos oferecendo ao povo porto-alegrense, gaúcho e brasileiro. Essa, eu
tenho certeza, é a convicção de que muito precisamos fazer para chegarmos
realmente até o povo, aos anseios do povo brasileiro.
O companheiro
Fernando Záchia foi muito feliz ao fazer esta homenagem a André Forster, e
permita-me esta liberdade, mas acho que aqui estão pessoas que eu admiro,
respeito e quero bem. Lembro que um outro dia passava na Rua Ramiro Barcelos e
tinha numa propaganda política, uma foto do André Forster, uma imagem envelhecida,
com o seu símbolo político. E depois conheci um pouco mais do André Forster
através da escola dos seus filhos, que estão hoje aqui. Ele sempre preocupado
com a educação deles, tornou-se importante para eles esta escola. Essas coisas
todas que fazem com que tenhamos esse sentimento de relação boa, profunda e
positiva para as pessoas. Tenha certeza, André Forster, que o Partido
Trabalhista Brasileiro tem muito respeito pela sua pessoa, pelo seu trabalho,
por tudo que tem construído para a política do nosso Estado e da nossa Cidade.
Parabéns! O povo de Porto Alegre lhe agradece. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Airto Ferronato está com a palavra,
pela Bancada do PMDB.
O SR. AIRTO FERRONATO: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores. (Saúda os demais componentes da Mesa.) Temos diversos oradores para
esta tarde, que é uma festa. Tenho a satisfação de falar em nome do meu
partido, PMDB, em nome da Vera. Clênia Maranhão e em nome do Ver. Luiz
Negrinho, do PST. Hoje é uma festa para Porto Alegre. Esta festa para André
Forster é para nós também políticos da Cidade de Porto Alegre. Não poderíamos
deixar de prestar nosso reconhecimento ao Ver. Fernando Záchia pela feliz idéia
de apresentar este Título de Cidadão de Porto Alegre a André Forster. Gostaria
de dizer que tive a feliz oportunidade de presidir os trabalhos nos últimos
seis anos ininterruptamente e tive a oportunidade de presidir Sessões
importantes nesta Casa. Agora, acredito que esta Sessão é a que consegue reunir,
não diria a maior, mas é, sem nenhuma dúvida, das maiores presenças de pessoas
em Sessões Solenes nesta Casa, é das Sessões Solenes em que nós temos a
presença das maiores autoridades ilustres do Estado do Rio Grande do Sul. Isto
é significativo para nós e isto merece um aplauso ao Ver. Fernando Záchia,
proponente da ação, que merece os cumprimentos da Câmara Municipal de Porto
Alegre, aos Vereadores de Porto Alegre que souberam, no ano passado, aprovar
este título de maior importância, até porque Porto Alegre reconhece o trabalho
do nosso Presidente André. Porto Alegre tem a consciência de um homem que
trabalha e vive os problemas da nossa Cidade. Parabéns por este Título. Porto
Alegre precisava mais do André do que a Cidade de Estrela.
Não poderíamos
deixar de dizer que para nós, peemedebistas, nesta homenagem ao André nestes
trinta anos do nosso Partido, até porque não poderia ser diferente, André
sempre foi amigo até quando teve que tomar posições não do partido em primeiro
lugar, mas das idéias do PMDB, que são idéias da nossa coletividade de Porto
Alegre. Todos reconhecem André como um homem correto, e nós, da Câmara,
conseguimos, no ano passado, ceder o Plenário da Câmara em quinhentos e
quarenta e seis oportunidades. Quase duas vezes por dia nós tínhamos
associações e sindicatos aqui na Câmara, e hoje, se a Câmara está nesta
situação que está, com suas deficiências, apesar das dificuldades que nós
enfrentamos, em muito devemos a iniciativa do Presidente André Forster.
Gostaria de
dizer que a Câmara de Porto Alegre é uma das instituições políticas que tem uma
valorização, um crédito muito grande. Eu tive a oportunidade de andar por toda
a Porto Alegre e ela toda reconhece a Câmara como um modelo nacional,
exatamente porque aqui passam personalidades importantíssimas da nossa
sociedade. E André Forster foi, sem nenhuma dúvida, uma dessas personalidades
que contribuiu muito para o engrandecimento dessa nossa Câmara Municipal de
Porto Alegre. (Inaudível.) ... certa vez alguém comprou uma casa com um jardim...
(Inaudível.)
Nós precisamos
fazer a nossa parte e tenham a certeza que, nesta Casa - todos os Vereadores -
e nós, do PMDB, estamos lutando desesperadamente para fazer com que cada vez
mais a população de Porto Alegre reconheça a nossa Câmara.
Eu, enquanto
Presidente da Casa, tive a oportunidade de ver algumas mensagens do nosso
Presidente, no passado, de que iria tentar fazer o possível para que a nossa
posição fosse valorizada e reconhecida em Porto Alegre. Acredito que fizemos o
possível para isso. Tenha a certeza, Dep. André Forster, que V. Exa. ainda é o
Presidente que tem o carinho especial dos servidores, um crédito todo especial
dos cidadãos de Porto Alegre. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Pedro Américo Leal está com a palavra,
pela Bancada do PPB.
O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores. (Saúda os demais componentes da Mesa.) A política tem
singularidades. Apresenta contradições, por vezes ironias. Mas é que vamos
encontrar, não raras vezes, nos partidos políticos, contradições de ser seus
amigos, privar com eles, visitá-los, amistosamente, e com eles conviver. Hoje
reproduz-se a imagem de Teodoro Roosevelt em torno da tua pessoa, André
Forster, no teu deslocamento de vida, desde a Assembléia, em que compartilhei
tua trajetória, no teu silêncio, na tua figura esguia. Conquistaste a admiração
dos teus adversários, e se hoje vêm aqui é porque querem. E é com essa
demonstração que tu contemplas a presença de um Governador do Estado,
acompanhado por sua esposa e um Vice-Governador, de dois Senadores e de um
Deputado Federal. Não poderia, este adversário político teu, em nome do PPS de
Celso Bernardi, do gigante João Dib, de Percival Puggina, deixar de saudar-te.
Esta subida à tribuna não é protocolar, absolutamente, não é protocolar.
Configura-se como um cumprimento ao guerreiro, que em silêncio conduz um grande
partido brasileiro íntegro, recusando-se a conchavos nacionais - o PMDB gaúcho.
Cumprimento
André Forster e é com satisfação que digo: tenho saudades. Você, hoje, tem
aquilo que semeou. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Raul Carrion está com a palavra. Fala
em nome da sua Bancada, o PC do B.
O SR. RAUL CARRION: (Saúda os componentes da
Mesa e os demais convidados.) Quero, desde já, parabenizar o Ver. Fernando
Záchia pela iniciativa de conceder este Título de Cidadão de Porto Alegre.
Em nome da
Bancada do Partido Comunista do Brasil venho saudar, em primeiro lugar, o Amigo
dos anos 60, André Forster. Amigo de muitas lutas estudantis comuns, de lutas
pelas liberdades democráticas, de lutas pelos direitos do povo brasileiro.
Quero
homenagear também o Democrata que reencontrei no final da década de 70, no
retorno do exílio, e com qual participamos de tantas jornadas, de tantas lutas:
pelas diretas, pela soberania nacional!
Quero
homenagear o Dirigente do “velho MDB de guerra”, de qual todos nós
participamos, sempre unidos nas lutas progressistas do nosso povo.
Num momento tão
grave da vida brasileira, em que a própria soberania do Brasil corre risco.
Quando a aplicação do projeto neoliberal vem significando uma verdadeira
destruição da economia nacional. No momento em que o patrimônio que o povo
brasileiro acumulou e construiu, com tanto sacrifício, está sendo entregue.
Agora é a vez da PETROBRÁS, da ELETROBRÁS, da Vale do Rio Doce. Espanta-me que
o próprio Banco do Brasil não esteja à venda!
No momento em
que direitos históricos do povo brasileiro, como a Previdência Social e os
Direitos Trabalhistas, estão ameaçados. No momento em que as próprias
liberdades democráticas estão ameaçadas no nosso País, estão sendo atropeladas
- como denunciou o Senador Pedro Simon (aqui presente) no dia de ontem,
votando, numa atitude corajosa, em defesa da Constituição e do direito de 1/3
dos Senadores constituírem uma CPI!
Num momento
desses, ao homenagear o meu caro André Forster, queremos homenagear todos
aqueles que dentro do PMDB seguem a luta por um Brasil Soberano, Democrático,
Progressista e que não se deixa levar pelo “canto das sereias” do
neoliberalismo. Quero dizer que dentro do PMDB existem esses companheiros! E ao
homenagear André Forster, homenageio esses companheiros, assim como a Bancada
do PMDB no Senado, que no dia de ontem teve uma posição digna e firme, que valoriza
os políticos do Rio Grande do Sul.
Por isso,
quero, como porto-alegrense, dizer com toda a certeza que a Cidade se orgulha
disso, e ao homenagear uma pessoa como André, homenageia essa trajetória de
luta que é do PMDB. Essa trajetória de lutas, esse capital em defesa da
soberania, da liberdade, dos direitos do povo, que o PMDB não pode perder! E
aqui, esta homenagem é para ti e para esses companheiros que seguem essa luta
dentro do PMDB. Muito obrigado.
(Revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra,
pelo PFL.
O SR. REGINALDO PUJOL: (Saúda os componentes da
Mesa.) Srs. e Sras. Vereadores, participo deste ato solene de entrega do Título
de Cidadão de Porto Alegre à André Forster na dupla responsabilidade de ser,
sem sombra de dúvida, uma das pessoas desta Casa que, pelas circunstâncias e
pelos desvios do destino, por certo, poucas vezes tem estado na mesma tribuna e
na mesma trincheira que o nosso homenageado.
Penso que isto
me determina, Ver. Fernando Záchia, a lhe cumprimentar, num primeiro momento,
pela felicidade da iniciativa e, ao me justificar, de público, porque não
realizei meu intento íntimo de transferir a V. Exa. , como autor da homenagem,
a prerrogativa de falar em nome da Bancada do meu Partido, o PFL. Pensei muito
sobre isso, André Forster, e concluí que a circunstância de que hoje estejamos
aliados num objetivo de contribuir com o Governador Antônio Britto na sua luta
de construir um novo Rio Grande do Sul, um “Rio Grande Unido e Forte”, poderia ensejar
um tipo de conclusão apressada, que a minha participação direta neste ato
haveria de desfazer.
Em verdade, eu
acredito que a decisão da Câmara Municipal de Porto Alegre, quando, por
unanimidade, acolheu o Projeto de Lei do Ver. Fernando Záchia, é homenagear um
cidadão, independente das suas posições políticas, mas, sobretudo, porque ele
tem posição política. A Câmara Municipal de Porto Alegre foi feliz quando
outorgou a André Forster a cidadania desta Cidade pela razão direta de que,
pela primeira vez, nos últimos tempos, podemos dizer que fazer política é uma
atividade nobre e deve ser respeitada, principalmente quando ela é feita por um
homem de bem, como é o caso do nosso homenageado de hoje, o Sociólogo André
Forster. Por isso, fiquei feliz na manhã de hoje, quando recebi um telefonema
do Presidente do meu Partido, Deputado Federal Jair Soares, que me recomendava
aquilo que já havia decidido, que não deixasse de trazer aqui a palavra do PFL
de Jair Soares, de Germano Bonow e de tantos outros que, apesar de inúmeras
vezes tê-lo tido na condição de adversário político, nunca deixaram de ter para
consigo o carinho e respeito que você nos merece.
Por isso,
cumprindo a tarefa que faço com a maior alegria possível, eu, que tive com o
nosso homenageado desencontros que não foram só doutrinários e ideológicos,
tive até desencontros temporais, tanto que parece que em 1982, quando pelo voto
popular aqui chegava, eu daqui saí, porque estava pretendendo uma outra opção
política. Mesmo assim, ainda que me lembrando o Professor Élvio Clemente, que
no momento em que o homenageado se encontrava na Faculdade de Filosofia, na
UFRGS, eu estava, até em outra Universidade, na PUC. Mesmo nessas condições
diferenciadas, nunca nos faltou a compreensão de que cada um, a seu modo,
estava defendendo o seu papel e estava levando a termo as suas convicções.
Sobressaí tudo isso na figura de André Forster, a figura do político, no homem
que faz, no homem que acredita nas suas posições. Nós que somos políticos, que,
com freqüência, até temos que enfrentar a intolerância daqueles que nos
agridem, porque, pela agressão, pretendem eles minar as bases do alicerce
democrático desta Nação. Nós, como políticos, temos que, nesta hora, unidos e
em alto e bom som, homenagear André Forster, porque ele representa, na sua
dignidade pessoal e na sua dignidade política, aqueles valores que todos temos
que cultuar.
Meus
cumprimentos, André; meus cumprimentos Záchia! É este André Forster, Presidente
do teu Partido, com qual tive tantas divergências, um dos exemplos que temos
que oferecer à Nação Brasileira. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Clovis Ilgenfritz está com a palavra,
pela Bancada do PT.
O SR. CLOVIS ILGENFRITZ: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores. (Saúda os demais componentes da Mesa.) Vou trilhar o caminho - se
me permites, André - da saudade e também da esperança no futuro. É uma
satisfação muito grande para mim, em nome da Bancada do Partido dos
Trabalhadores e de seus dez Vereadores, aproveitar esta oportunidade criada
pelo Ver. Fernando Záchia - que, se não fosse ele, outro criaria, pois tenho
certeza de que foi disputado esse Requerimento - e dizer que conheci o André na
Universidade, no fim da década de 60, e, com ele, outras pessoas, inclusive a
minha mulher, que era colega de turma do André; o Ênio, que não está aqui
conosco mais; o Hélio, e outros dessa época, alguns estão aqui conosco, outros
já se foram e deixam saudades.
Desde essa
época conseguíamos vislumbrar no André Forster - também apoiamos, na época,
para Vereador - que ali estava um líder, assim como muitos outros que nos
acompanharam nessa época. Nossas lutas pela democracia, pela democratização do
País contra a ditadura, nossas lutas políticas pelo PMDB, depois, questões
sindicais, tudo isso nos uniu, e foi motivo de grandes participações na nossa
vida. Mais tarde, tive o prazer de trabalhar na Câmara, na assessoria desta
Casa, e o nosso Ver. Antonio Hohlfeldt junto com o Werner Becker e outros
Vereadores fizeram uma bem articulada frente e André Forster foi Presidente da
Casa. Muitas e muitas reuniões tivemos, inclusive a tomada deste espaço. Acho
que isso é importante lembrar. Lembrar, ainda, que o representante, hoje, aqui,
do Prefeito, César Alvarez era um dos assessores da Casa. Também lembrar das
nossas jornadas, com Gládis Mantelli, uma das lembranças mais queridas que
tenho, um trabalho excepcional que fez nesta Casa. Eu como assessor, quero
dizer a mesma coisa que disse o Airto Ferronato, nosso colega e companheiro de
Mesa no ano passado, na qual fui o 1º Secretário, que eu também acho que o
André Forster deixou uma impressão, uma imagem, junto ao funcionalismo, das
melhores. Foi algo que não deu para esquecer.
Depois, como
Presidente do PMDB, competente, inteligente, estrategista, às vezes até demais,
porque para nós, do PT, foi um dos mais competentes competidores nas últimas
eleições. André Forster chamava a atenção pela sua capacidade, seu vigor, como
vencedor. Isso é uma qualidade que o nosso homenageado tem. Eu queria dizer que
continuo com aquela amizade e eu sei que a Bancada do Partido dos Trabalhadores
tem esse respeito, essa admiração. As nossas trincheiras, às vezes
diferenciadas, não fazem com que a gente esqueça das qualidades e respeito que
todos estão demonstrando hoje nesta Sessão.
Nós lutamos
pela cidadania como sendo a principal questão do mundo moderno, pois só assim
poderemos fazer com que a democracia exista e seja soberana. E nessa cidadania
que nós queremos para todos hoje, ela tem alguém que entre os cidadãos se
destaca e ganha o prêmio. Isso é muito bonito. Cidadão entre os cidadãos.
André, tu és um dos líderes entre os cidadãos de Porto Alegre e do nosso
Estado. Então, as nossas lutas continuam e quem sabe algumas lutas comuns, as
principais daquela época estão ainda hoje na ordem do dia.
Foi muito boa a
lembrança do Vereador Carrion sobre as atitudes de alguns Deputados do PMDB, do
Senador Pedro Simon, ontem, com relação a nossa derrota, que eu considero
passageira, que nós vamos recuperar esse terreno na CPI e na Previdência, mas
de qualquer forma eu queria, mais do que nunca, a nossa incorporação como
Partido e como Bancada nessa homenagem, que é merecida e que temos a honra e a
satisfação de sermos o representante do PT, hoje, aqui. Um abraço e desculpem-me
por ter que sair antes, porque tenho que fazer uma gravação. Muito obrigado.
(Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra
pela Bancada do PSDB.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente, Srs. Vereadores.
(Saúda os demais componentes da Mesa.) Falar depois de oito oradores,
certamente fica um desafio enorme no que sobra para ser dito. É, normalmente, o
pior momento para quem ocupa a lista final. Mas tem que se enfrentar o desafio
e, felizmente, o homenageado ajuda a tarefa, porque, por incrível que pareça,
ainda há muito a ser dito, e nós não vamos esgotar aqui tudo o que se poderia
relembrar e afirmar em torno do trabalho, sobretudo político, de André Forster.
O risco dessas
homenagens, em todo o caso, é que a gente tem reencontros e vai-se dando conta,
inclusive, de que o tempo passou; vai-se ficando velho. Estava lembrando do
Senador Fogaça como meu companheiro do Cursinho IPV e os nossos primeiros
momentos, em que a gente começava a descobrir as coisas lá fora. Estava
relembrando o Ver. Werner Becker, que hoje está aqui, também nos primeiros
momentos de convívio nesta Casa, quando André e eu éramos eleitos, no mesmo
período de 1982, e assumimos por aqui em 1983. Eu acho que o Secretário Mendes
Ribeiro adivinhou que eu também ia citá-lo e saiu antes para não ser lembrado,
exatamente nos primeiros contatos que tivemos aqui na Casa, em que ele foi um
importante articulador, porque naquela época, ligado ao Governo Municipal, ele
era capaz de fazer articulação com a oposição, e isso foi extremamente
importante para a Cidade de Porto Alegre.
Mas a homenagem
de hoje ao André tem uma outra coincidência. É que o último debate de que nós
dois participávamos, na campanha de 1982, tinha um terceiro personagem, que era
o Vereador, hoje Presidente desta Casa, Isaac Ainhorn. Cada um de nós por um
partido diferente, como hoje continuamos, cada um por um partido diferente. E a
última pergunta - porque esse debate ocorreu, se não me engano, no Cursinho
Unificado - a cada um de nós era por que havíamos escolhido aquele partido e o
que pretendíamos realizar na vida pública, na vida partidária, na vida
política. De um modo geral, acho que nós três definíamos com absoluta clareza e
objetividade as tarefas que pretendíamos desenvolver a partir de lá.
Acho que cada
um de nós, a seu modo, cumpriu aquele objetivo: fomos eleitos, assumimos os
nossos cargos, desempenhamos nossas funções e ingressamos nesse conjunto dos
que se decidem correr esse risco, que é a vida pública, permanentemente
acompanhada, permanentemente fiscalizada, muitas vezes incompreendida e que, ao
mesmo tempo, é fundamental para uma democracia como esta que estamos querendo
construir gradualmente, crescentemente no Brasil.
Lembro também
do André candidato, e não deve ter sido a Vereador nesta Cidade, porque
andávamos fazendo campanha lá em Caxias do Sul, quando o Dep. José Ivo Sartori
não era nem Presidente do DCE da Cidade de Caxias do Sul, era um estudante, nos
primeiros anos na Universidade, naqueles tempos difíceis em que realmente
tínhamos o MDB como centralização de toda a luta da busca da redemocratização
do País, e sobretudo, no IEPES, mencionado aqui pelo Ver. Fernando Záchia.
Eu quero
afirmar que há um dado histórico, que nós não podemos esquecer de maneira
nenhuma. Deve ter sido o primeiro Instituto de Estudos Políticos criado no
Brasil que funcionou de fato, que foi talvez em nível de PMDB, posteriormente,
o início da Fundação Pedroso Horta, mas foi modelo de todos aqueles outros
institutos que os demais Partidos trataram de posteriormente constituir e era
um momento difícil. O IEPES era praticamente, na Assembléia Legislativa,
através da figura do André, a referência que todos nós tínhamos. Eu tive uma
experiência concreta e o André deve lembrar: os debates sobre a questão do
índio no Brasil. Se não fosse o IEPES ter dado o apoio fundamental ao projeto,
em 1976 - um projeto que loucamente havia assumido com o Jornalista Assis
Hoffmann - nós não teríamos conseguido concretizar um projeto que foi tão importante,
que nós conseguimos trazer para Porto Alegre as maiores autoridades do setor,
inclusive, na época, o Presidente da FUNAI. Casualmente hoje a FUNAI é
presidida por um gaúcho que começava a sua tarefa ligada ao indianismo
exatamente naquele momento, que é o Júlio Gayer, que assumiu agora na semana
passada.
Esse cruzamento
de caminhos não é apenas saudosismo, como lembrou aqui o Ver. Clovis
Ilgenfritz., mas me parece que é uma avaliação da coerência com que os trinta e
três Vereadores desta Câmara concretizaram a homenagem que hoje está aqui se
consolidando com a entrega daqueles símbolos que são os certificados do Título
de Cidadão de Porto Alegre.
Eu acompanhei o
André, enquanto professor, enquanto estudioso, de um modo geral, das coisas do
País. Acompanhei o André como Vereador desta Casa, fiz parte da Mesa Diretora
que ele presidia, com os Vereadores em conjunto. Lembro-me dos nossos primeiros
dias de Vereadores, as primeiras lutas em torno da implantação do sistema de
transporte coletivo, que não dava certo; no início do corredor leste do
Partenon - estava lá o Ver. Valneri Antunes. Na Zona Norte, a questão da
urbanização que a Prefeitura desenvolvia. Não é por um acaso, não é por
simpatia, não é por amizade, que hoje se concretiza esta homenagem e este
Plenário está pleno de convidados, de pessoas, de amigos. Se nós estamos
ficando velhos, talvez porque o tempo passe. É bom, de qualquer maneira,
olharmos para trás, fazer balanços, e saber que aquelas coisas que aqui,
adolescentes, nós nos propúnhamos, elas foram, senão todas, mas
majoritariamente alcançadas, majoritariamente cumpridas.
O caminho entre
Santa Cruz do Sul e Porto Alegre não é tão longo mas, certamente, o caminho
para que aquele dia em que o André deixou a cidade natal e veio a Porto Alegre
e, hoje, em que ele recebe parte do reconhecimento desta Cidade, terá sido sim,
um caminho longo, mas um caminho no qual, por certo, ele pode ter orgulho e
tranqüilidade em dizer que foi trilhado com respeito, com equilíbrio e com
certeza daquilo que dizíamos em 1982, que quando nós ficássemos bem velhos, que
pudéssemos olhar para os nossos filhos, para os nossos netos e dizer: “nós
demos, nem que fosse um grão de areia de participação para o processo político
deste País.” Parabéns André Forster! Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Além das autoridades já nominadas,
registramos a presença da Procuradora-Geral do Estado Dra. Eunice Machado; do
Comandante-Geral da Brigada Militar Cel. José Dilamar da Luz; do Dr. Régis
Ferretti, Procurador-Geral da Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do
Sul; do Dr. Ângelo Gianacus, representante da Defensoria Pública; do Irmão
Hélvio Clemente, representante da Pontifícia Universidade Católica do Rio
Grande do Sul; do Dr. João Carlos Brum Torres, Secretário da Coordenação e
Planejamento; do Dr. Bertrand Rosado, Secretário do Trabalho e da Assistência
Social; Dr. José Eichenberg, Secretário da Justiça e Segurança Pública; do Sr.
Bráulio Marques, representando o Prefeito de Alegrete; dos Srs. Antônio D’Ávila
e Bona Garcia, da Fundação de Recursos Humanos do Estado; dos Deputados
Estaduais Ivo Sartori, Giovani Feltz, Gleno Scherer; do Líder da Bancada do
PMDB na Assembléia Legislativa Dep. Paulo Odone; do Cel. Marco Coelho, Chefe da
Casa Militar; do Dr. João Gilberto Lucas Coelho, Presidente do PSDB; do Cel.
Irani Siqueira, representando o Comando Militar do Sul; do Jornalista Firmino
Sá Britto Cardoso, representando a Associação Rio-grandense de Imprensa.
Registramos, também, a presença do ex-Vereador Werner Becker. Registramos,
ainda, além dos Vereadores que usaram a tribuna, a presença dos Vereadores Elói
Guimarães, Mário Fraga, Clênia Maranhão e Percival Puggina.
O Sr. César
Alvarez, representante do Sr. Prefeito Municipal, está com a palavra.
O SR. CÉSAR ALVAREZ: (Saúda os componentes da
Mesa.) Saúdo, ainda, os Srs. Vereadores Líderes de Bancada; parabenizo pela
iniciativa o Ver. Fernando Záchia; autoridades presentes; Senhoras e Senhores.
Permitam-me, de forma preliminar, um registro, o registro da característica
particular de uma Sessão Solene que carrega uma ambigüidade: seu caráter
solene, formal, explícito, extraordinário, mas também as bases para a sua
extraordinariedade, permitindo - e agradeço ao Presidente Isaac Ainhorn a
quebra do protocolo em me conceder esta palavra.
Feito esse
Registro, creio que compartilhamos todos de que a nossa Capital, Porto Alegre,
é uma Cidade generosa. Generosa como podem ser todas as capitais, mas
particularmente generosa. Generosa com aqueles que aqui vêm, trazendo
esperanças, trazendo o desafio de continuar a sua formação profissional,
aqueles que chegam vencedores e triunfantes. Generosa também com aqueles que
aqui chegam trazendo suas angústias, a desesperança, a terra que não existe para
trabalhar, o emprego que não existe para garantir um salário, e que têm, na
capital, a sua última esperança. Talvez esse quadro hoje não seja exatamente
assim, mas foi em 1964 e, sem dúvida, o é nas cidades pólos regionais ou, no
mínimo, nas regiões metropolitanas.
Do pouco que o
conheço, André, creio que posso afirmar, quase sem nenhuma margem de erro, que
André se enquadra naqueles que aqui chegaram de livre e espontânea vontade, de
peito aberto para enquadrar-se na defesa da militância, da organização daqueles
outros que aqui chegaram trazendo as suas últimas esperanças. Isso não temos
dúvidas, naquele mosaico de trajetória do André que aqui vários foram
pontuando. E eu não escapo de pontuar alguns que vivenciei, pessoalmente, com
André, evidentemente um pouco mais novo.
Estivemos
juntos em 1974, 1975, nas lutas pelas liberdades democráticas; estivemos juntos
nas formações dos comitês pela anistia, 1974, 1978; estivemos juntos nas
eleições de 1982, aí já disputando sobre projetos políticos diversos, eu candidato
a Deputado pelo PT, o André pelo PMDB. Nessa trajetória, depois, nos juntamos
nas diretas – 1984, 1985 - e nos perdemos um pouco, ainda que sempre
conscientes de que estamos no mesmo lado dos democratas e lutadores.
É a este André,
e lembrando, e reafirmando a generosidade de Porto Alegre, que é com André tão
generoso quanto ele foi com ela, que o parabenizo em nome do Prefeito Tarso
Genro. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Registramos também a presença do Secretário de
Minas, Energia e Comunicação, Dr. Assis Roberto de Souza.
O Sr.
Governador Antônio Britto está com a palavra.
O SR. ANTÔNIO BRITTO: (Saúda os componentes da
Mesa e os demais presentes.) Este é um momento em que não deve falar o
Governador. O Governador diz, em nome do Rio Grande, que poucas homenagens
poderiam ser tão justas quanto esta e poucas iniciativas tão felizes quanto a
iniciativa do Ver. Záchia, de forma tão firme e tão sincera, aceita e
transformada em decisão pela Câmara Municipal de Porto Alegre. Eu prefiro,
André, que fale o político, o militante, que não deixo de ser.
A política, e
digo isso olhando para mãe do André, Dona Bela, e digo isso olhando para os
filhos do André - a Gabriela, o Leandro, a Tatiana e o Juliano - costuma-nos
exigir, entre outros sacrifícios, os sacrifício de, às vezes, falsamente,
pretender que se escolha entre ser político e ser gente, entre ser caráter e
comportamento, ou ser postura e razão. Alguns passam pela política com a
facilidade de ser nela reconhecidos como boas pessoas a todos, em todos os
momentos, dedicando uma palavra gentil, ou simpática, mas a política não diz
desses mais do que “foram simpáticos” , porque, além da simpatia, não havia a
posição, a coragem, a firmeza.
De outros a
política recolhe; e ao recolher reconhece que foram firmes, que defenderam suas
idéias. Mas a esses, também, a política não faz o reconhecimento, porque não
foram pessoas: esconderam a idéia na falta de reconhecimento de que do outro
lado do combate havia pessoas. A política, desses, diz que pediam posições, mas
não conseguiram sobreviver como seres humanos capazes de reconhecer as outras
posições.
O que me
fascina na figura do André é que nele podemos saudar um político tão grande
quanto é grande o ser humano André Forster. Portanto, aqui não estamos, Wolia e
eu, para simplesmente saudar alguém que vestiu todas as roupas possíveis na
política: a roupa de militante; de estudioso, quando Assessor do IEPES,
destinado a sacudir, a incomodar; de candidato e de eleito; de Presidente Partidário.
Aqui estamos
também para saudar, homenagear e agradecer pelo convívio com o “magro André”.
Fiz uma campanha eleitoral há pouco; o André nunca esteve comigo nessa
campanha. Ele sempre estava a minha frente, aplainando caminhos, ou voltando
onde eu estivera para corrigir erros, ou resolver problemas. Nós todos, do
PMDB, podemos nos encontrar no Rio Grande e podemos nos orgulhar do encontro,
porque o André é o nosso máximo divisor comum. Alguém que nos acolhe, nos
recolhe, agasalha as nossas inquietações e faz a mágica diária, de forma
homeopática, pegar a nossa porção passado e tentar conciliar com a nossa porção
futuro. Pegar a nossa porção dos mais antigos e conciliar com a nossa porção
dos mais novos. Pegar a nossa porção sempre presente, muito dissidente, e
conciliar com a nossa porção de obrigações e respeitos que temos com o Partido
e com outras instituições que temos. Nós somos unidos no Rio Grande, porque
temos passado, porque temos história, porque temos grandes líderes, como o
Senador Simon, o Senador Fogaça; mas, desculpem todos do PMDB, nós continuamos
unidos no Rio Grande, porque de março de 1990 para cá nós temos o André
Forster, e tivesse o Brasil, o PMDB do Brasil, o André Forster não estaria com
tantas dúvidas sobre o que é o passado e sobre o que é o futuro, sobre o que é
unidade e unanimidade.
Por tudo isso
eu desejo saudar o companheiro, o amigo André, saudar o Presidente André,
saudar um sociólogo que tinha visão de que o futuro sorriria aos sociólogos.
Alguém que jamais perdeu a capacidade de análise e de intervenção e essa é uma
característica fascinante da capacidade que o André tem de somar partes
desiguais e diferentes. Alguém tão pronto. A mais competente e profunda das
análises, quanto a mais breve e decisiva das intervenções. Saudar alguém que em
tantos anos de convívio jamais vi fazendo algo que em política dizem todos que
é comum, e dizem alguns que é obrigatório; jamais vi privilegiar o projeto, a
questão, o sentimento pessoal sobre o interesse coletivo do Partido, do Estado
e do País.
Se me perdoarem
todos, neste momento, que é um momento de emoção e de alegria, desejo concluir
com um registro de ordem pessoal. Tenho no meu gabinete no Palácio Piratini uma
foto, que me marcou muito a vida, em que estou ao lado do Dr. Tancredo e do Dr.
Ulisses. Em casa no cantinho dedicado à reflexão, o lugar onde sento, quando
chega a hora solitária, depois de ter colhido opiniões, gerar decisões, tenho
uma foto para o qual olho freqüentemente, porque a foto para a qual, olhando,
olho para os meus compromissos, compromissos que me elegeram Governador do
Estado. Nela estou, segundos depois do anúncio da nossa vitória, abraçado ao
comandante da vitória, ao comandante André Forster. Eu não teria saído do
jornalista que está ao lado do Dr. Tancredo e do Dr. Ulisses e chegado a outra
foto, à foto de Governador, se, entre essas duas fotos, não tivesse conhecido,
admirado e aprendido a respeitar André Forster. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Convidamos o Ver. Fernando Záchia para
proceder à entrega do Diploma de Cidadão de Porto Alegre ao Sr. André Forster.
Juntamente o Governador do Estado, Sr. Antônio Britto, fará a entrega da
Medalha de Porto Alegre ao homenageado.
(Procedem-se às entregas.)
(Palmas.)
O SR. PRESIDENTE: Nós convidamos as funcionárias do Serviços
Gerais da Câmara Iara Sales Lima Silva, Maria Helena Belmonte Braga e Carmen
Regina de Moura para entregarem um lembrança, como reconhecimento ao
ex-Vereador André Forster, por sua dedicação aos funcionários desta Casa quando
no exercício da Presidência da CMPA.
(As funcionárias fazem a
entrega ao homenageado.) (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o homenageado, Dr. André
Forster.
O SR. ANDRÉ FORSTER: (Saúda os componentes da
Mesa, os convidados e os funcionários da Casa.) Fui ouvindo cada um dos
pronunciamentos, evidentemente foi aumentando, também, o meu sentimento de
satisfação e de alegria, de orgulho, às vezes até um pouco preocupado com
tantas manifestações de carinho, tanta generosidade, as quais na política não
estamos muito acostumados.
Quero fazer um
agradecimento particular ao meu amigo, Ver. Fernando Záchia pela iniciativa.
Desde o dia em que ele me anunciou isso, já fiquei pensando que nesta Casa tem
33 Vereadores, e que eu iria esperar o resultado primeiro para depois poder
sentir a satisfação que isso pudesse me proporcionar. Evidentemente, o
resultado que me trouxe o Ver. Fernando Záchia, a rigor eu diria que não me
surpreendeu, ainda que tenha sido uma surpresa de que todos os Vereadores desta
Casa haviam aplaudido essa solicitação do Vereador ao me conferir essa honraria
que recebo hoje, porque convivi nesta Casa e sei que esta Casa tem uma
característica que é, sobretudo, a sua condição democrática. Por isso, por cima
das diferenças, por cima das divergências, houve esse generoso entendimento de
que eu mereceria, pela vontade de todos, o Título de Cidadão de Porto Alegre.
Nós todos
passamos na vida por momentos importantes, uns mais ou menos importantes, mas
alguns que marcam. Na minha história política, eu tenho três grandes momentos
que considero que foram importantes na minha formação política.
O primeiro
deles, sem dúvida nenhuma, foi na Universidade, quando ingressamos, ali, em
1964, numa situação que se confrontavam os sonhos claramente opostos e, ainda
embalados, por sentimentos e por paixões que aqueciam os conflitos desse tempo.
Ali, aprendemos a conviver numa posição política definida em oposição ao regime
militar. Ali, já conheci alguns dos que hoje falaram aqui; ali conheci o Ver.
Isaac Ainhorn, militante de esquerda daqueles conturbados primeiros anos pós
1964. Ali conheci o Clovis Ilgenfritz que aqui falou; ali conheci o Raul
Carrion, tantos outros que talvez estejam aqui e que eu pudesse nominar. Foi um
momento extremamente importante na minha formação política, a convivência
efervescente, de muito ânimo, de muito sangue nas veias, um momento durante o
qual, talvez, se definissem muitas personalidades, se definisse o caráter de
muitos que ali conviveram.
O segundo grande
momento da minha vida foi quando eu fui trabalhar na Assembléia Legislativa, na
assessoria do Senador Pedro Simon, do então Deputado Estadual, Presidente do
PMDB. Convidado por ele, conversamos, dei algumas idéias, algumas coisas que eu
imaginava que poderiam ser feitas e depois de relutar muito em aceitar o
convite de participar do PMDB - porque, naquela época, a gente dizia que o PMDB
e a ARENA eram frutos do mesmo ventre e, portanto, não cabia participar de
nenhum deles -, depois de algum tempo é que fui conversar com o Deputado Pedro
Simon, trocar idéias, evidentemente ele com muito mais idéias do que eu, mas,
de qualquer forma, nessa conversa ele definiu que nós faríamos um Instituto de
Estudos Políticos, Econômicos e Sociais – IEPES, nessa criação do MDB de então,
na Liderança do Deputado Pedro Simon, que, com muita sensibilidade, soube
transformar a idéia em um espaço de atuação política e todos nós entendemos
como sendo muito importante. Assim começamos uma outra experiência política,
para mim extremamente fundamental. Pedro Simon continua sendo uma figura
respeitada, digna, como falou o nosso Ver. Pedro Américo Leal, um homem de
posições fortes, mas um homem respeitado.
Foi um
professor nesse sentido, altamente democrático, permitindo e compartilhando
para que o IEPES, no seu crescimento, agregasse tantas figuras daquele tempo. E
muitas estão aqui, a começar pelo caro amigo Professor João Carlos que, desde
aquela época, já conhecíamos; o próprio representante do nosso Prefeito, o
Alvarez, chegou a andar pelo IEPES; o próprio Prefeito Tarso Genro, Olívio
Dutra, Antonio Hohlfeldt, Raul Carrion e outros tantos que por lá andaram.
Centenas que, hoje, encontramos no mais variados pontos, nas mais variadas
posições políticas. O IEPES era isto: um espaço do MDB, da época, em que
conviviam todos aqueles setores que não tinham espaço político de expressão de
seu pensamento e das suas convicções, ou suas vontades. Foi um espaço
importante.
O terceiro
espaço político fundamental foi aqui: a Câmara de Vereadores. Daquela época
ainda vejo figuras queridas como Elói Guimarães, Artur Zanella, que foi tão
generoso na sua saudação, Hermes Dutra e o companheiro que, nos quatro anos que
estive aqui, foi inseparável nas minhas relações políticas e de aprendizado,
meu querido amigo Werner Becker, que veio de Brasília para participar deste
ato, me homenageando com a sua presença.
Todos são
momentos que se acumulam, mas há algumas dessas situações que, às vezes, nos
exigem mais em relação àquilo que sabíamos ou que supúnhamos saber. Vou-me
permitir fazer, aqui, algumas considerações sobre isso, porque entendo que
andamos muito pouco em tudo o que queremos fazer ou em tudo o que sonhamos e
ambicionamos. Andamos muito pouco e temos uma longa caminhada pela frente.
Nossa caminhada não sei onde está, mas nosso tempo é muito pequeno; temos muito
o que andar para a frente e não considero que, por tudo o que temos que fazer
mais à frente, em algumas coisas, estamos muito diferentes do que fomos.
Sou daquela
geração que entrou em 1964 na Universidade, no confronto com o regime militar,
freqüentando um curso de Sociologia e rodeado de uma vasta bibliografia
marxista. Quer dizer, tinha quase tudo para não dar certo. Quando chegamos na
Universidade, misturamo-nos àqueles que, desde antes, já acalentavam o sonho do
Brasil independente, nacionalista, anti-imperialista, da Aliança Operária
Estudantil Camponesa, das greves políticas, das greves de protesto, do dilema
crucial que acompanhava a época - da década de 1950 até 1964 - em que a esquerda
se debatia entre fazer reforma ou fazer revolução. Esse foi o debate que nos
antecedeu na sociedade brasileira e nos antecedeu na Universidade.
Sabemos bem que
o golpe de 1964 desfez, em poucos dias, esse heróico projeto que se acompanhava
de uma vontade muito grande. O movimento militar impôs-se rapidamente,
solapando o que pareceria antes tão próximo: a tomada do poder pelas forças
progressistas e populares, como se embalava na época o pensamento político. O
regime militar deixou a nu que as chamadas forças populares inexistiam, ou
existiam de forma muito acanhada; muito mais na vontade subjetiva das nossas
vanguardas do que na realidade.
Alguém já
disse, acho que foi o Arnaldo Jabor, que a formulação ideológica que aviva esse
processo tinha como referência não a realidade, mas a ficção; construída de
pressupostos falsos, que alimentaram uma profunda e apaixonada ilusão. A luta
foi por uma fantasia, com um saldo de custos humanos muito elevado. Quando nós
entramos na Universidade a realidade era diferente. Aí somamos a inconformidade
do sonho desfeito e uma grande capacidade de resistir, de enfrentar, de
dispor-se. Aí ocorreram novas interpretações, novas teorias explicativas, mas
com os velhos paradigmas, e com a avaliação superficial dos erros que tinham
sido cometidos; talvez se achasse, até, que não tinham ocorrido e que
proporcionaram de qualquer forma, a descoberta de novos caminhos, de outros
caminhos, melhor do que de novos.
Nessa vontade
de derrotar a face autoritária do capitalismo internacional que tinha tomado
conta do Estado brasileiro, nas avaliações que se faziam nessa época, alguns
buscaram caminhos de luta fora das instituições - a luta armada; e, de acordo
com a matriz teórica, uns acreditando nos operários, outros nos camponeses,
pois ambos, operários e camponeses, tinham uma natureza revolucionária, já que
se cumpriam as condições objetivas da revolução brasileira, segundo se
analisava na época. Nada disso deu certo, e tudo isso teve um custo muito alto.
Foi heróico tanto quanto inócuo aos fins perseguidos, mas se diz: “Valeu a
experiência!” Quem sabe se não houvesse tentado, como saber se as alternativas
estavam esgotadas. Saudável ingenuidade, quem sabe. Duas décadas de
autoritarismo, para se reelaborar a compreensão da sociedade brasileira, e
quando isso já estava quase feito, com novos parâmetros, alguns ainda em cima e
de novo, com velhos paradigmas, ocorre então uma mudança fantástica, em todo o
sistema global, que quebra um dos abcessos do pensamento de esquerda pela
degeneração dos países socialistas e na liquidação de seus estados.
Faço um relato
especial e quero chamar a atenção, pois nós, através do tempo, ao lado de todos
os acertos que podemos ter cometido, em algumas situações fundamentais erramos.
Fui aprendendo aqui, nesta Casa, coisas das quais eu sabia muito pouco, que a
teorização da realidade, às vezes, não era bem a nossa realidade ou a nossa
realidade atravessa pré-concepções, portanto, sequer a nossa realidade nós
conhecíamos muito bem. Os conceitos teóricos não eram referências do que
acontecia aqui, eram referências históricas de outros países. Princípios
gerais, doutrinas gerais, conhecimentos gerais que permitiam um embate direto,
mas não traduziam o que era a nossa realidade.
Por isso, Ver.
Zanella, quando V. Exa. fala em seu pronunciamento que talvez algumas coisas eu
tenha aprendido aqui, uns com os outros, não tenha a menor dúvida de que eu,
aqui dentro, aprendi muito. Comecei aprendendo as coisas simples, as coisas
óbvias, as coisa do dia-a-dia, do cotidiano. O cotidiano fazia parte do
dia-a-dia. A realidade faz parte do cotidiano. Comecei a entender que além da
imaginação, das intenções, dos ideais, da ideologia simplificada, existia uma
realidade que era mais complexa, mais diversificada, que barrava certo voluntarismo.
Comecei a aprender que esta realidade tinha um ritmo próprio, bastante
diferente de um certo maniqueísmo intelectual que, a priori, estereotipava o bem e o mal numa sociedade de classe e
confundida ainda mais quando determinava identificações imediatas com regime
autoritário. Não havia, pois, outras categorias, os que faziam o bem e os que
faziam o mal. Em nome dessa dicotomia simplista, ainda que se tenha permitido
acertos, muitos erros foram cometidos.
Durante muito tempo nós incorporamos preceitos teóricos, sem nenhuma mediação objetiva com a nossa realidade, com uma quase completa desconsideração com a cultura de origem desses preceitos e com a nossa própria cultura. Desprezamos que cada cultura tem sua linguagem, e que, outras linguagens permitem outras significações. A desatenção e o descuido pelas condições peculiares de cada povo, de cada momento, de cada circunstância histórica, levaram, em muitos casos, apressamento do tempo, com conseqüências desastrosas para as ilusões.
Os tempos recentes
nos oferecem elementos sólidos de uma necessária reflexão crítica. A primeira
que me ocorre é a de que não existe verdade onde ela deva ser produto da
imposição. Não pode ser impositiva nem pela força, nem pela coerção, nem por
processos inquisitórios. Por isso, do meu ponto de vista, o primeiro que tem a
ser feito é pôr em cheque as verdades, aquelas que apontaram caminhos que
resultaram em nada, que nos permitem apenas dizer que foram lições de tempo.
Usaram e abusaram da razão. E a razão estava errada. Razões e verdades
intolerantes de conceitos históricos que fizeram milhares e milhares de
tutelados e enganados. A proposta socialista foi o mais recente engano deste
tipo de verdade, ao propor rupturas mágicas com o capitalismo e a implantação
também mágica de uma nova sociedade. Permitiu a tantos quantos a assumissem
considerarem-se vetores da nova ordem suposta, submetendo a este propósito a
ética das relações humanas, individuais e sociais. Foi assim na União Soviética
e também em outros países que tentaram materializar este caminho, como foi em
tantos outros países onde apenas supunham próximos das condições de sua
materialização.
Nos primeiros,
naqueles que materializaram esta experiência, tanto quanto nas formações
capitalistas, passaram a obedecer à autoridade e não à verdade, porque, lá como
aqui, vale aquele dizer de Hobbes de que “a autoridade e não a verdade fazem as
leis”, e em ambas as formações econômicas e políticas, acabando a Justiça sendo
seqüestrada pelas leis.
Homens e
mulheres sacrificados em nome de uma suposta sociedade perfeita. Perdeu-se até
a noção dos limites da condição humana: como seres imperfeitos poderiam
construir uma sociedade perfeita de justiça e de igualdades? À luz dos
acontecimento recentes é quase possível dizer-se que, quanto mais definidos os
paradigmas da sociedade desejada, quanto mais elaborados o sentido e a
finalidade da ação necessária e quanto mais a nossa prática estiver próxima
desta intenção, estará se andando mais próximo do equívoco. Porque desta maneira,
e assim foi, a verdade é um dado absoluto que leva a atitudes rígidas,
comportamentos autoritários e julgamentos presunçosos. A verdade, ao contrário,
deve ser objeto de uma busca permanente. Nós não estamos aqui advogando a
negação do socialismo e do seu valor histórico. O que nós recusamos é o caráter
absolutista que lhe deu a máscara e acabou virando a sua própria face. Tanto
até onde ele estava sonhando com pesadelos, como ali onde era um sonho, apesar
de tudo. Foi o socialismo, no pensamento da esquerda e por ação dela, que
fustigou o capitalismo na sua incapacidade de gerar um homem solidário, uma
sociedade emancipada, uma vida com dignidade. Foi o socialismo que revelou a
injustiça social em toda a sua dimensão, repassada para nova ordem, após as Revoluções
Industrial e Francesa. É certo, portanto, que não podemos mais tratar com
descuido o nosso presente nem o nosso passado. “Qual é o valor da vida humana
se não a relacionarmos com os eventos do passado que a história guardou para
nós?” Isso já dizia Cícero há vinte e um séculos atrás. O que nós sabemos hoje,
é certo, é que há uma incompatibilidade radical entre a economia de mercado, a
democracia liberal - as duas faces de uma mesma moeda - com a justiça social,
com a dignidade do ser humano e com a sua emancipação. Lutar por esses valores
fustiga, põe a ordem estabelecida em cheque - neste momento da história, a
ordem é capitalista. O que não podemos fazer é estabelecer parâmetros absolutos
e pensar de formas impróprias que reprisem erros e tragédias. Afinal, desde
quando existe a injustiça? Nós sabemos que ela não é produto exclusivo do
capitalismo.
O imperador
romano Adriano, no livro Magistral de Marguerite Yourcenar, disse que “uma
parte dos nossos males provém de que muitos homens são excessivamente ricos,
outros, desesperadoramente pobres”. Ele mesmo já denunciava o caráter das leis,
aquelas demasiado duras que eram transgredidas com razão, ou aquelas
complicadas e dribladas facilmente. Ele apontava que a maioria dos homens
assemelhavam-se ao escravo rebelde, porque submeteram-se demais. Ele,
profeticamente, valendo até dos nossos dias, disse: “Duvido que toda a
filosofia do mundo seja capaz de suprimir a escravidão: no máximo mudar-lhe-ão
o nome. Sou capaz de imaginar formas de escravidão piores que as nossas porque
mais insidiosas”. Vinte séculos passados.
Não foi
diferente na Idade Média, onde no dizer de Gerg Büchner “a vida dos nobres é um
longo domingo e a vida dos trabalhadores um longo dia de trabalho”. Assim
atravessamos a história. Estamos no limiar de um novo século e nossa questão
central continua sendo a dignidade do ser humano. E esse desafio continua
complicado, e arriscaria dizer que está até mais complicado. Referências
perdidas, valores que naufragaram, fatos acontecendo na velocidade dos meios de
comunicação, globalização de culturas, raízes arrancadas. Parece que somos
ainda mais espectadores do que fomos. E como no filme “O Carteiro e o Poeta”,
muitos que pensavam ser poetas, de fato, são carteiros. É preciso aprofundar
nossas perguntas e descobrir novas. É preciso encarar as maneiras disponíveis
de se fazer política. Questioná-las. Buscar alternativas. Quebrar espelhos.
Refazer. Construir caminhos.
No final deste
século, que precisa ser revisto e revisto, nada nos autoriza, entretanto,
concluirmos pela tragédia de desesperança. Ao contrário, de tanta crise, de
tanta incerteza, permanece um eterno sentido da vida e de verdades possíveis, e
com ele um novo espetáculo de esperança que permitirá aos homens atravessar o
próximo milênio.
Trago estes
pensamentos que preocupam a todos nós que vivemos neste final de século;
estamos chegando a um novo século. Temos prioridades, hoje, em combater a fome,
e não conseguimos mudar essa realidade. Não sei quantos anos teremos ainda para
que se modifiquem algumas das coisas chaves e fundamentais, pois, afinal de
contas, todos nós que estamos envolvidos com partidos políticos, na trincheira
de chegada, afirmamos sempre a nossa disposição, a nossa preocupação, a nossa
convicção pela dignidade do ser humano. Milhões e milhões de seres humanos,
através de séculos e séculos, continuam nas condições de humilhação, de miséria
e de injustiça social, com alguns parâmetros que não se alteram. Faz-se tanto
que eu imagino, às vezes, que somos demasiadamente presunçosos com nossas
pequenas verdades.
Meus caros Vereadores, que me deram a honra de estar aqui, hoje, recebendo esse Título de Cidadão de Porto Alegre, comecei aprendendo aqui o que hoje continuam sendo meus aprendizados que começam sempre pelas minhas perguntas e começam sempre pelas minhas dúvidas. As respostas nós buscamos não nas teorias, mas nos iluminamos nelas e temos que encontrá-las no que resulta a nossa prática do nosso trabalho. A partir de hoje considero-me um cidadão de Porto Alegre com mais compromissos com esta Cidade. Agradeço a todos pela presença e sinto-me muito honrado com este ato que teve esta significação, com presenças que me sensibilizaram demais, desde as nossas figuras mais queridas deste Governo, dos nossos Senadores mais ilustres, até os meus filhos, minha mãe e tantos amigos que me deixaram, neste dia de hoje, demasiadamente comovido e cada vez mais comprometido com esta Cidade e com a nossa gente. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Agradecendo a presença de S. Exa. o Senhor
Governador do Estado, Sr. Antônio Britto, das autoridades presentes, da mãe do
André, dos filhos do nosso homenageado e do André, dos Srs. Vereadores e das
demais pessoas que vieram prestigiar esta homenagem, nós encerramos a presente
Sessão.
Estão encerrados os trabalhos. (Palmas.)
(Encerra-se a Sessão às
17h51min.)
* * * * *